A análise é uma das etapas mais importantes de qualquer processo de resolução de problemas. É nesse momento que se procura descobrir as causas, sobretudo as mais relevantes. Essas, se eliminadas ou neutralizadas, proporcionam alto potencial de resultado, o que as torna prioritárias para estudo e atenção.
Infelizmente, e apesar do seu esforço, as pessoas não têm sido bem-sucedidas na análise de causas. Isso se deve, principalmente a três fatores:
- Superficialidade
- Subjetividade
- Precipitação
O primeiro erro, e talvez o mais comum, já vem sendo mencionado pelos teóricos da administração há décadas: trata-se da tendência natural de nos limitarmos a um conjunto restrito de possibilidades causais, tornando a análise superficial. Toda vez que analisamos um problema, alguns fatores contribuem negativamente para o sucesso dessa empreitada: experiência limitados, conhecimentos insuficientes, preferências pessoais, vieses de julgamento, limitações intelectuais e outras influências de ordem intelectual, comportamental e social. As pessoas tendem a considerar apenas as possibilidades mais óbvias e, normalmente, com baixo potencial de causalidade, deixando as verdadeiras causas de fora. A consequência disso é que a análise acontece de forma precária, mesmo que se acredite estar fazendo o melhor.
Outro erro comum é o uso demasiado da subjetividade. Usar a inferência e a intuição é tão fácil, rápido e confortável que se torna irresistível. Qualquer causa identificada deveria ser comprovada, por meio de medições e dados, para determinação de sua causalidade real. Porém, frequentemente não é isso que acontece. O “achismo” e a certeza subjetiva tomam conta do processo, fragilizando toda a análise.
A objetividade, é um princípio que se baseia em fatos e dados que, se forem bem coletados, reunidos e interpretados, eles falam por si. A objetividade é uma das características mais relevantes de qualquer processo de gestão transparente e confiável. Abrir mão desse princípio, em problemas complexos, é jogar com a sorte.
O último erro típico que se observa é quando a equipe não confirma a causa descoberta. Há que se distinguir casualidade de causalidade. Quando uma causa real está presente ela sempre provoca o problema. Então, para ter certeza de que a causa descoberta é realmente aquela, é preciso reconfirmá-la. A ansiedade, o excesso de confiança e a dificuldade de mensuração podem acabar levando as pessoas a se contentarem com comprovações únicas, baseadas em dados insuficientes. O caso mais extremo, e porque não dizer insano, é quando a equipe não coleta dado algum, e simplesmente vota as causas. Haja fé e torcida para dar certo! Do ponto de vista metodológico isso não passa de um processo de tentativa e erro.
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